segunda-feira, 27 de julho de 2015

Crônica de algum lugar

Em algum lugar...


Após alguns meses de profundo silêncio e observação, resolvi dar o ar da graça. Certas coisas não se endireitam nem com o tempo, pau que nasce torto não se endireita, como dizia minha avó. Nesse meio tempo que me afastei passei por uma cidade que me chamou a atenção, lá o prefeito tinha a certeza de estar acima do bem e do mal, e que  todas as suas ações deveriam ser inquestionáveis. a cidade tinha no centro próximo a sua praça, chamada Praça Cais de Pedra, um odor preciosíssimo que relembrava o perfume mais íntimo de sua população conhecido como "odeur des matières fécales" sentido nos seus dias mais amenos, como o governante apreciava aquele odor enquanto passeava com sua carruagem reluzente pela cidade. A riqueza da cidade era o alumínio, obtido que era coletado pelas suas ruas, essa matéria prima praticamente brotava do asfalto carcomido de suas ruas, a cada peça que saltava pelas minas esburacadas era um verdadeiro frenesi de seus coletores. A nobreza que antes governava a cidade, agora via o povo enriquecendo, com médicos a disposição sem precisar ficar a madrugada nas filas, não existia mais na cidade uma boca sequer com problemas de cárie. Sua excelência distribuía aos seus súditos cestas de comida do mais alto padrão de qualidade, fome ali não existia. Me aproximei de um servidor da prefeitura  e o questionei de como era ser funcionário público de um lugar tão desenvolvido, fiquei surpreso com a resposta, o salário deles era de fazer inveja a qualquer servidor das outras cidades vizinhas, as vantagens oferecidas nossa nem conto, fiquei com uma vontade enorme de trabalhar ali. Querem conhecer este lugar? Olhem em volta...

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